Páginas

sexta-feira, 6 de junho de 2014

A égua do Pedro Malazarte e seu irmão na gameleira



A égua do Pedro Malazarte e seu irmão na gameleira...

  Comenta-se que a mãe de Pedro Malazarte era mãe solteira, e tinha dois filhos: Pedro Malazarte e João.  Quando aquela senhora morreu só deixou uma égua como herança para os dois irmãos.  Como é de se esperar... descombinaram por causa da herança: a égua.

  Resolveram dividir a égua: a mataram e cada um saiu pelo mundo levando a banda da égua.  Logo a égua começou a feder e os urubus seguirem a Pedro e João  por onde passavam.

  Um dia chegaram numa gameleira muito grande e resolveram dormir por ali.  Mas não sabiam que a gameleira era mal assombrada.  Subiram nos galhos da árvore cada um com sua banda da égua e começaram a dormir.

  Quando foi lá pela meia noite, a capetada chegou: assombração, bicho papão, fantasmas, curupira, saci pererê... soltavam foguetes, cantaram e dançaram.  Eles ficaram quietos em cima da gameleira ouvindo.  Eles não sabiam que ali na gameleira era o lugar onde eles iam tirar os papos.  A gameleira era cheia de papos.  E quem aprendesse a entrar debaixo da pedra grande, embaixo da gameleira ficava sem papo.

  Mas ao ficar observando os bichos descobriram que   para abrir a pedra e entrar na gameleira tinha que dizer uma palavra mágica: Abre Susana e para sair: fecha Susana.

  Então os bichos cantaram uma música especial que chamou a atenção deles a música dizia:

__ segunda, terça, quarta, quinta, sexta,sábado... e repetiam

   Pedro incomodado resolveu acrescentar o domingo na música.

__ segunda, terça, quarta, quinta, sexta, sábado... – cantaram eles

__ domingo também – acrescentou Pedro do alto da gameleira.

   Um dos bichos disse:

__ To sentindo um cheirinho gostoso – sentindo o cheiro putrefado da égua no alto da gameleira – e parece que eu ouvi alguma coisa...

  E começaram a cantar de novo:

__ segunda, terça, quarta, quinta, sexta, sábado... – cantaram eles

__ domingo também – acrescentou Pedro do alto da gameleira.

  Então o chefão disse:

__ Desce aí amigo vamos cantar juntos...

   Eles soltaram as bandas da égua que sujou toda a bicharada, que fez uma festa, comendo a égua. E Pedro e João desceram, abraçaram a bicharada e chegou a hora deles tirarem os papos.  Mas João esqueceu as palavras mágicas e disse qualquer coisa e ao invés de ficar sem os dois papos eu ele tinha, ficou foi com dez.

   Pedro era mais esperto e disse as palavras certas, e a pedra abriu e ele entrou, mas quando foi para Pedro sair livre dos papos, esqueceu as palavras mágicas e dizia:

__ abre Susana, abre Susana! -

e nada!

  A pedra não abriu mais! E Pedro Malazarte ficou fechado dentro da pedra com seus papos...

  Dizem que ainda dá para ouvir nas noites de lua cheia o Pedro dizendo da pedra, dentro da gameleira:

__ Abre Susana...


terça-feira, 3 de junho de 2014

A festa de São Jorge


A festa de São Jorge

  O povo diz que São Jorge era um cavaleiro, que tinha um cavalo muito lindo, que ele havia ganhado do rei.  Sendo ainda jovem acostumou-se a viajar pela região procurando festas, e protegendo os cavaleiros.

  Um dia havia uma comitiva do rei para um determinado local, e apareceu um dragão enorme e feroz, São Jorge lutou, lutou e sua espada quebrou, e o dragão engoliu o filho do rei.

  O rei ficou decepcionado por São Jorge não ter matado o dragão, e o povo espalhou a falação: O rei mandou São Jorge junto com o cavalo e o dragão pra lua, e ficarão eternamente lutando um com o outro...

  Não sei se é assim não... mas toda vez que olho no céu e vejo a lua minguante, lembro do São Jorge que aperto ele deve passar nessa situação, afinal diminui muito o espaço entre ele e o dragão... sendo a lua tão pequena vista daqui, imagine quando a lua diminui na quarto minguante... é um aperto só!

 


segunda-feira, 2 de junho de 2014

O Chá de Pimenta


O Chá de Pimenta

  Conta-se que o Sr João estava com dor de barriga, então ensinaram ele a tomar Chá de Pimenta. Então ele arrumou as pimentas com muitas dificuldade, mas a rainha roubou as suas pimentas.
 
 
 
  Sr João foi até a casa do Sr Ratão para ele roer a saia da rainha para ela devolver as pimentas para ele fazer o chá para curar a dor de barriga.
  O Sr Ratão disse:
  __ Eu vou mas só se você me der um queijo. 
 
  Então o Sr João foi até a vaca pedir o leite para fazer o queijo, para dar ao Sr Ratão, para o Sr Ratão roer a saia da rainha, para a rainha devolver as pimentas para ele fazer o chá para curar a dor de barriga.
  Mas a vaca disse:
__ Eu te dou o leite, mas você tem que me dar uma espiga de milho.


  Então o Sr João foi até o paiol, pedir ao paiol que lhe desse uma espiga de milho, para dar para a vaca, para a vaca lhe dar o leite, para ele fazer um queijo e dar para o rato, para o rato roer a saia da rainha, para a rainha devolver as pimentas para ele fazer o chá para curar a dor de barriga.
  E o paiol disse:
__ Te dou a espiga, mas você precisa ir falar com o porco, para ele parar de comer as minhas espigas...
 

  O Sr João foi até o porco e disse:
 __ Porco, você precisa parar de comer o milho que esta dentro do paiol, para o paiol me dar uma espiga de milho, para eu dar para a vaca, para a vaca me dar o leite, para eu fazer um queijo, para eu dar para o rato, para o rato roer a roupa da rainha, para a rainha devolver minhas pimentas, para eu fazer um chá para curar a dor de barriga...
   O Porco respondeu:
__Mas aí eu morro de fome! Eu só paro de comer as espigas de milho do paiol se você me der lavagem...


  Então o Sr. João foi em casa, pegou uma lata de lavagem, deu para o porco, o porco comeu e deixou de comer as espigas do paiol, o paiol deu a espiga de milho para o Sr João, o Sr João deu a espiga de milho para a vaca, a vaca deu o leite, o Sr João fez o queijo e levou para o  sr Ratão, o Sr Ratão roeu a saia da rainha que devolveu as pimentas para o Sr João, que fez o chá para a dor de barriga, mas Sr João não teve tempo de tomar pois com a demora para conseguir de volta as pimentas acabou não dando tempo nem de ir ao banheiro...
   Dizem que não pode falar em fazer chá de pimentas para ele até hoje.








A colher de pau



A colher de pau

  Minha avó deixou como herança uma colher de pau.  Toda família queria herdar a colher, porque era uma colher mágica, aumentava a comida e ficava mais saborosa.

  Um dia alguém emprestou a colher que acabou quebrando...  Que tristeza para aquela gente que queriam herdar a colher.
  Chamaram o delegado
 O delegado não achando o caso sério, afinal não dava para prender ninguém por uma colher de pau... chamaram então o padre para aconselhar o povo.

 O padre montou o cavalo que virou o pé, levantou as patas de dor, e o padre caiu do cavalo, quebrou a perna.
 A freira foi acudir o padre, se engarranchou na cerca e rasgou o vestido.
 Uns culpavam os outros, e virou uma baita confusão a herança da família, por isso sempre aconselho: Cuidado com a colher de pau!

sexta-feira, 30 de maio de 2014

O "Seu "(Sr) Ratão


O "Seu" Ratão

  Minha mãe sempre contava a história do Sr. Ratão, era um rato guloso demais e vivia mexendo nas panelas da cozinha.  Um dia Sinhá Rata, pois ferver um caldeirão cheio de feijão e pele queria fazer uma bela feijoada, mas de noite o Seu Ratão foi na cozinha fazer uma boquinha e caiu dentro do caldeirão e morreu.

  No outro dia sinhá Rata, desalentada, encontrou com o cabrito que lhe disse:

__ Porque choras?

__ Choro porque o Sr. Ratão muito guloso caiu dentro do caldeirão de peles e morreu - respondeu ela.

  Então o cabrito solidário a dor da sinhá Rata disse:

__ Vou quebrar o meu chifre!

  E quebrou o chifre.  
 


 
    O cavalo estava passando e viu a sinhá Rata naquele desespero Perguntou:

__ Por que Sinhá Rata está chorando?

__ Choro porque o Sr Ratão muito guloso caiu dentro do caldeirão de peles e morreu -
 
respondeu ela – e o cabrito quebrou o chifre.

  Então o cavalo solidário a dor da sinhá Rata disse:

__ Vou arrancar meu rabo.

 

   E arrancou. 
 
 
 
 
  Então chegou o Pedro Malazarte e perguntou:

___Sinhá Rata, que choro é esse?

__ Choro porque o Sr. Ratão muito guloso caiu dentro do caldeirão de peles e morreu - respondeu ela – o cabrito arrancou o chifre e o cavalo arrancou o rabo...

  Então Pedro Malazarte perguntou:

__ Onde está o rabo e o chifre?

  Ela entregou para ele, que entrando na casa foi até a cozinha e acrescentou o chifre e o rabo no caldeirão, junto com as peles, o feijão e o Sr. Ratão.  E ficou tudo tão bonito e tão cheiroso que Pedro Malazarte não resistiu, acabou provando um pouco, e qual não foi a surpresa estava muito mais gostoso do que uma feijoada comum, e ele acabou comendo tudo!

Mazzaropi em Pedro Malasartes
 
  Lá se foi o feijão, as peles, Sr Ratão, o chifre do cabrito e o rabo do cavalo...  E assim surge a feijoada! foi um belo enterro! E a Sinhá Rata? Dizem que se casou de novo e vivem muito feliz.


 

quinta-feira, 29 de maio de 2014

A filha do Badeco


A filha do Badeco

  Há muitos anos me contaram sobre o Badeco, não sei se é verdade, acredito que sim...  No tempo da pedra lascada o Badeco casou-se com uma rainha e foi morar num palácio na Coréia.  Ali existia muita gente quase todos tinhas filhos, pobres, ricos, negros e brancos... e todos só falavam a verdade.

  Um dia Badeco facilitou e disse uma mentira, disse que sua mulher sofria de cafubira.  Nunca imaginou que ia ser uma encrenca tão grande, falar isso logo sobre a filha do rei! Chamaram os médicos era preciso saber que a filha do rei tinha ou não tinha cafubira!

  O rei ficou irado pra valer e disse:

__ Se verdade for, ou mentira, é certo que o Badeco tem que morrer.

   Os médicos examinaram a coisa, e constataram que era fatal, o Badeco escapou e o médico se deu mal, morreu no lugar do Badeco.

  O Badeco escapou, mas foi condenado a viver sem seu amor, que tristeza... Separou-se da rainha que na verdade era minha, a mentira eu que eu inventei! Mas eu quero pedir ao rei, a minha morte, que triste a minha sorte, a rainha nunca me amou e o Badeco meu amigo se matou.

 

quarta-feira, 28 de maio de 2014

O tacho de ouro enterrado


O tacho de ouro enterrado

__ Eu sei! – dizia seu Manuel

__ Sabe o que Nelzinho? – pergunta sua esposa.

__ Sei onde tem um tacho de ouro enterrado! – respondia convicto.
 

__ Então por que não vai buscar para nós? – perguntava ela, acresentando - Assim a gente sai da pindaíba...

__Não, não – respondia ele – e sabe muié, não é um tacho, é um caldeirão de puro ouro...
 

__ Busca tudo pra nós Nelzinho - insistia ela, mas ele sempre respondia:

__O que tiver que ser meu vem em minhas mãos...

  Ele arrrumara um balanço na cozinha, colocou nele o seu arreio, montava e balançava pra lá e para cá e repetia a história de sempre.  Dona Maria, coitadinha, trabalhava, cuidava dos filhos e tratava dele no balanço...

  Um dia um compadre ouvindo a história dele mais uma vez sobre o caldeirão de ouro, muito ambicioso, insistiu com o seu Manuel até ele contar onde estava o tal caldeirão: dentro de um forno dentro de um cemitério.  O compadre mais que depressa foi até lá.  Quando chegou lá, viu o caldeirão, foi pegar, era um caldeirão escuro, era puro marimbondo! Esperou os marimbondos acalmarem, pegou o caldeirão cheio de marimbondos e levou para o seu Manuel.


  Estava nervoso e jogou o caldeirão de marimbondos no seu Manuel dizendo:

__ Taí seu pote de ouro, seu mentiroso! Você além de ser preguiçoso é um grande mentiroso...Mas  como você disse que ele vinha nas suas mãos fica com esse caldeirão pra você... e foi embora bufando de raiva

  Mas quando o caldeirão acertou o seu Manoel, o caldeirão reluziu e os marimbondos viraram ouro...  ele chamou sua esposa e disse:

__ Maria, eu não te falei que o que é meu vinha nas minhas mãos, cata esse ouro! Porque ele é nosso!

  E ficou sendo o homem mais rico do mundo, só por saber esperar...