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quarta-feira, 28 de maio de 2014

O tacho de ouro enterrado


O tacho de ouro enterrado

__ Eu sei! – dizia seu Manuel

__ Sabe o que Nelzinho? – pergunta sua esposa.

__ Sei onde tem um tacho de ouro enterrado! – respondia convicto.
 

__ Então por que não vai buscar para nós? – perguntava ela, acresentando - Assim a gente sai da pindaíba...

__Não, não – respondia ele – e sabe muié, não é um tacho, é um caldeirão de puro ouro...
 

__ Busca tudo pra nós Nelzinho - insistia ela, mas ele sempre respondia:

__O que tiver que ser meu vem em minhas mãos...

  Ele arrrumara um balanço na cozinha, colocou nele o seu arreio, montava e balançava pra lá e para cá e repetia a história de sempre.  Dona Maria, coitadinha, trabalhava, cuidava dos filhos e tratava dele no balanço...

  Um dia um compadre ouvindo a história dele mais uma vez sobre o caldeirão de ouro, muito ambicioso, insistiu com o seu Manuel até ele contar onde estava o tal caldeirão: dentro de um forno dentro de um cemitério.  O compadre mais que depressa foi até lá.  Quando chegou lá, viu o caldeirão, foi pegar, era um caldeirão escuro, era puro marimbondo! Esperou os marimbondos acalmarem, pegou o caldeirão cheio de marimbondos e levou para o seu Manuel.


  Estava nervoso e jogou o caldeirão de marimbondos no seu Manuel dizendo:

__ Taí seu pote de ouro, seu mentiroso! Você além de ser preguiçoso é um grande mentiroso...Mas  como você disse que ele vinha nas suas mãos fica com esse caldeirão pra você... e foi embora bufando de raiva

  Mas quando o caldeirão acertou o seu Manoel, o caldeirão reluziu e os marimbondos viraram ouro...  ele chamou sua esposa e disse:

__ Maria, eu não te falei que o que é meu vinha nas minhas mãos, cata esse ouro! Porque ele é nosso!

  E ficou sendo o homem mais rico do mundo, só por saber esperar...

 
 

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