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quinta-feira, 4 de agosto de 2011

Págs 84 a 86


         O nosso Davi 
   Em Araguari conheci a autoridade carnal do missionário.  O pastor José Roque Anselmo nos recebeu muito bem e fomos para o culto.  À noite em pleno culto dois rapazes estavam criticando o nosso trabalho, fazendo algazarra e atrapalhando o andamento do culto.  O missionário me chamou a atenção para eu falasse com eles, eu fui e conversei com eles três vezes e não adiantava...
  Então de repente o missionário desceu do palanque em que ele estava pregando Isaías 53, e com seus dois punhos juntos bateu no peito dos dois rapazes um de cada vez, os derrubou os dois rapazes por três vezes, os rapazes então se levantaram e correram, e o missionário voltou para o palanque e continuou a pregação falando sobre a entrada de Cristo no templo quando Jesus chicoteou os mercadores...
   Imagine um senhor de 65 anos derrubar por três vezes dois rapazes de cerca de vinte anos humanamente impossível era Davi derrubando Golias... Naquela noite Deus salvou nove almas.

Da esquerda para a direita: Pastor José Roque Anselmo e o primeiro a direita: Pedro Lourenço

  Seguimos para Anhanguera, quando chegamos o Pastor Salvador havia ido pescar e o missionário nem desceu da Rural, mandou chamá-lo.  Ele vindo chapéu de palha, calça velha cortada pelos joelhos e precata, recebeu-nos com muita alegria, mas o missionário decidiu que não mais faria a campanha em Anhanguera porque Deus havia o chamado para ser pescador de homens não de peixes... E seguimos viagem para Cumari.


Construção da Igreja de Deus da Anhanguera - Pastor Salvador

  Atentando um pedido especial
O missionário Haroldo queria muito ir para Mato Grosso, mas não chegamos a realizar este desejo dele.  Muitos pastores de outros ministérios nos convidava para fazer Campanhas, mas o missionário dizia:
__ Vim mandado para ajudar a Igreja de Deus e quase nunca aceitava os convites.
  Mas uma igreja que ele aceitou o convite foi a Assembléia de Deus de Catalão Goiás, do Pr Eurípedes Pereira de Sousa, eu era novo crente, e nunca tinha estado numa igreja como aquela. Os irmãos morenos de paletó e gravata andando para lá e para cá (diáconos), e comentei com o missionário logo que saímos:
__Parece que este povo da Assembléia é mais poderoso do que a gente... – disse eu na minha simplicidade.
__Este povo busca o poder de Deus – disse ele e se calou.
   Jamais imaginei que faria parte daquele povo um dia.

Harold Bradfield e Pedro Lourenço na Campanha em Catalão Goiás (26/08/69)

Andando de bondinho
 
  No Rio de Janeiro, a primeira vez que eu fui ao Pão de Açúcar com o missionário Haroldo, ele tirou o bilhete para subir no bondinho, doido para me mostrar o Rio do alto...
Eu perguntei:
__ Você vai?
__ Vou por quê? – respondeu-me ele
__ Porque eu só vou se o senhor for – eu ia na fé dele – esse bondinho um dia vai cair...
  Ele sorriu e disse para o povo que ali estava:
__ É goiano!
   Explicou-me que era bem seguro, que havia cabos de aço bem fortes sustentando o bondinho...
 Naquela época ser goiano era como ser um índio... As pessoas vinham me ver curiosas...
  Subimos no Cristo Redentor, Paquetá, Galeão... Quando fez quinze dias que eu havia dito que o bondinho ia cair ele caiu e matou dezesseis estudantes. Deus havia me revelado!




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