Alfredo Paula – Cês que bucho?
Tinha ali um senhor que todos gostavam muito, o Sr. Alfredo Paula, um dia vôvô matou um porco e vovó Dara recheou o bucho e pôs para fritar e era a parte que o vôvô mais gostava. Alfredo Paula teve a idéia de pegar o bucho e comer sozinho detrás da cozinha, e assim ele fez comeu o que pôde e depois voltou dizendo:
__Cês que bucho? Quem que bucho?
Vôvô revoltado disse:
__Oh seu fulano, quem é que vai comer resto seu Alfredo Paula, tira esse fragelo pra lá gente!
Alfredo Paula na sua simplicidade ria e dizia:
__ Oh Tõe Lorenço cê qué matá, matá, que batê, bate, mas eu comi o bucho...
Vôvô nada fez com ele, mas até hoje lembramos dele dizendo: __ Cês que bucho? E assumindo a culpa sem medo.
foto de um bucho recheado
Mané Murça e a cisterna
Meu avô tinha dois peões de confiança: O Mané (Manoel) Murça e o Zé Bataia (José Batalha) e eles foram limpar uma cisterna do vôvô. E o Mané disse pro Zé:
__ Vamos amarrar um pau de lenha na ponta da corda e você senta nele e eu desenrolo o sarilho e você desce.
E assim fizeram, mas logo que começou a descer, pesou e o sarilho escapuliu das mãos do Mané, e o Zé foi rapidamente para o fundo do poço com enxada, pá, enxadão...
Meu avó ouviu o barulhão e veio correndo dizendo:
__ O que é isso, seu fulano?
__ Eu acho que eu matei o Zé – disse o Mané Murça – e agora o que nóis vai fazer?
__ Hum, Hum, Ai... – começou a gemer o Zé Bataia lá no fundo do poço - danado, você não agüentou o tranco e eu bati a escadeira no barranco...
Vôvô nervoso dizia:
__ Sai daí fragelo! Porquera em tempo de morrer...
E tiraram o Zé meio tonto e escafolado...
Meu pai então trouxe o João Valério para limpar a cisterna, logo que meu pai o desceu pelo sarilho ele disse pode mandar a lata, meu pai mandou e quando puxou tinha um enorme jaracuçu dentro, não sei como ele conseguiu colocá-lo na lata, sei que meu pai assustado, matou o bicho, limparam e calçaram a cisterna e deu tudo certo.
Vôvô morreu cedo de derrame cerebral (AVC), deixou as terras para os filhos, mas todos venderam restam apenas o meu pai com o Sítio e o Euclides Araújo na Matinha.
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Cisterna |
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Jaracuçu |
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