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sábado, 30 de julho de 2011

Págs 60, 61, 62, 63 e 64


  A Convenção da Igrejas de Deus em Goiandira
  De posse das apostilas, comecei então a estudar para o curso, meus irmãos diziam que eu estava estudando para virar São Pedro...
  Prestei o Curso na Convenção em Goiandira, fiz todas as provas e eu tinha que fazer no mínimo 67 pontos havia decidido assim, e eu fiz 83, mas ainda tinha uma entrevista... Então o Supervisor Jack Pop fez uma reunião e fez-me várias perguntas:
__ Irmão Pedro, você é solteiro?
__ Sim – disse eu.
__ tem filhos particulares?
__ Não Senhor.
__ Tem amante ou enrolada?
__ Não senhor.
 __Sente a chamada para a obra de Deus?
__ Não sei – respondi.
__ Por quê? – perguntou-me ele.
__ Porque eu sou muito novo na fé, e se eu disser que sinto o chamado estarei mentindo, pois eu nem sei o que quer dizer chamada!
  Então ele disse:
___ Então Haroldo ele não pode ir!
  Haroldo se levantou e disse:
__ Eu vou levar ele comigo porque Deus me mostrou ele em sonho como prova.
  Então o Pastor Jack fez-me uma pergunta:
__ Pedro se você for, vai baseado em que?
__ Baseado na fé do Haroldo – disse eu.
  Então recebi a Consagração de Pastor Exortador no ato da reunião.

Convenção das Igrejas de Deus em Goiandira Goiás – da esquerda para direita: Pastor João Marcelino, Harold Bradfiel com a criança no colo e eu de terno preto do lado do ônibus.
  Nesta época eu já havia recebido o Batismo no Espírito Santo, e escutado alguns hinos que me foram muito útil, como inspiração, e minha primeira composição foi no dia 11 de novembro de 1967, com o título: “O Senhor é o meu Pastor.”
  Na tarde daquele dia, os jovens da igreja foram me visitar, e ouvindo-me cantar disseram:
 __ Você está cantando música do mundo? 
__ Não – respondi – isto é um hino que eu fiz.
  À noite na igreja contaram para a Pastora Orsila e ela me mandou cantar, e eu cantei, com muita vergonha e a igreja gostou e glorificou a Deus.  Daquele dia em diante não parei mais de compor, já tenho 309 hinos de minha autoria, para honra e glória do Senhor Jesus.

  Caminhando para a seara

  Chegou o dia de ir para a obra Missionária, dia 28 de fevereiro de 1968, o Missionário Haroldo me esperava em Belo Horizonte, era Carnaval.  Sônia a moça da Anhanguera a quem eu já estava meio namorando disse:
__ Você vai mesmo?
__ Vou _ disse eu.
__ Mas e o nosso casamento? – perguntou-me ela.
 __ Eu vou enquanto você completa a sua idade, eu volto e a gente casa...
 Concordamos assim... De ela me esperar...
  Eu não tinha sequer o dinheiro da passagem, o irmão Antônio de Avelar foi quem me emprestou: cinqüenta cruzeiros para eu pagar não sem quando, sem juros.  
  Arrumei a mala e o violão e fui para Goiandira, dormi na casa do Pastor Gaspar e na manhã seguinte fomos para a Rádio Educadora, cantei, preguei e chorei, despedindo de todos que me ouviam. Braz e eu cantávamos para o mundo, nos bailes, nos bares... Mas agora eu cantava para Jesus, empregando o pouco que eu aprendera a tocar. 
  Embarquei no trem para Belo Horizonte- MG chuva que Deus dava, o trem era misto: passageiro e carga, vagões e carros com poltronas, restaurante,  etc. e tal. Assim gastei três dias e duas noites para chegar a Belo Horizonte.
  Em Formiga, Minas Gerais, quase voltei, adoeci, mas Deus me ajudou que eu cheguei ali.
  No primeiro dia do Carnaval dia 28 de fevereiro tornei-me um Missionário ao lado do Missionário Harold Bradfiel.

Harold Bradfield e Pedro Lourenço – Santa Luzia - MG

       Chegando a Belo Horizonte peguei um táxi e ao invés de ir para o bairro Abadia, fui parar no bairro Aparecida, lá não reconheci como ele havia explicado e nem havia igreja de Deus, o taxista com pena, perguntou-me se eu não tinha o endereço na mala.  Abri a mal e encontrei o endereço ele disse que estávamos muito longe que era do outro lado da cidade.  Paguei-o a rota e contei o dinheiro se dava para ele me levar ao bairro abadia não dava, mas ele me levou até a igreja.  Reconhecemos a igreja e encontramos a moradia do diácono Haroldo.
  Nem bem cheguei a Belo Horizonte, Haroldo já tinha ido para Santa Luzia, tive que ficar na casa de um diácono da igreja também chamado Haroldo, e no outro dia fomos também para Santa Luzia, encontrar o missionário.
  Haroldo estava na casa de um casal idoso, eram portugueses e fabricavam caixões.

Irmãos: Antônio Marques e Raimunda Marques hospedavam o missionário

 
Verso da foto: dedicatória

 Quando bati na porta uma senhora veio, recebeu-me bem e perguntou:
__ Você é o companheiro do irmão Haroldo?
__ Sim – respondi
  Então ela me disse que ele estava orando, mas que era para chamá-lo quando eu chegasse.  E assim fizemos.  Ela bateu na porta do quarto, ele abriu só a conta de eu passar e disse:
__ Fecha! Vamos orar.
  Oramos.  Depois da oração ele me abraçou e chorou, disse:
 __ Você ficou doente na estrada, queria voltar, Deus me revelou, mas eu orei pra Ele te trazer e agora vamos trabalhar para Jesus.   E perguntou-me:
__ O que aconteceu em Cumari na igreja?
__ Há houve conversão, batismo com o Espírito Santo... Disse eu
__Não precisa envergonhar - disse ele – fale a verdade, Deus já me contou...
__Ah Haroldo está certo! é que eu tinha arrumado uma namorada e houve uma profecia, que dizia que a Sônia seria um laço na minha vida, uma senhora havia entregado a profecia, ela não era de Cumari apenas a pastora a conhecia, mas que estávamos mais ou menos terminados...
__ É isto mesmo – disse ele – é falta de experiência da Pastora Orzila, uma profecia só serve para: consolação, exortação, admoestação e não para casamento... E depois, pois se dois concordar a respeito de qualquer coisa na terra será concordado no céu.
  Tomou então o papel e escreveu uma carta para a Pastora e disse:
__ Se quer escreve também para a moça.
  E eu escrevi, pus a carta no mesmo envelope da dele e veio parar na mão da Pastora, assim eu e a Sônia voltamos a namorar oficialmente e nos correspondíamos de vez em quando, assim passou o ano.



Sônia – foto enviada a mim quando eu estava em campanha






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