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quinta-feira, 28 de julho de 2011

Págs 28, 29 e 30


A Reunião do Grêmio Estudantil
A primeira reunião do Grêmio Estudantil do Colégio de Cumari foi realizada no salão da Farizia, e não sabíamos que apenas os estudantes podiam entrar e fomos entrando, então o Jairo do Sr. Joaquim Agapito chamou a atenção do Braz dizendo que não podíamos entrar, o Braz nervoso meteu o pé na bunda dele e nossa turma se reuniu e a reunião parou.   Mandaram chamar o Dr. Sebastião Felix o juiz de direito, o Tarzan (soldado) e o soldado Tomás e a coisa só ficava feia.
  Eu falei pro Lazim:
__ Vá lá em casa e busca meu punhal, a garrucha, e quinze paus de lenha, fica amoitado no bueiro e fica esperando quando eu gritar o pau vai comer.
  Assim ele fez.   Chamaram o Tio Virgílio, o Sr. Salvino Silva, o Sr. Jorge Name, e então tiveram a idéia de formarem uma barreira humana para tirar o Jairo dali.  E assim tiraram o Sr. Jairo, mas a reunião acabou.



Salão da Farizia
  Na festa de Santa Cruz na casa do Sr. José Chico, em frente à igreja, fizemos tanta arte que tivemos que ir embora... Jogamos os pratos e garfos no brejo, pusemos lamparinas dentro dos tachos de doce, queimamos as roupas que estavam no arame, até um pedaço da torda...
   Na porta do Sr. Valdo Silva a prefeitura estava fazendo um mata-burro de trilhos, pegamos os trilhos e pusemos de travesso na estrada, logo ouvimos um barulho, era o Pedro do Sr. Antero no seu motor BSA e como ele não sabia o que havíamos feito, veio e montou nos trilhos, caiu, quebrou o motor, ficou nervoso e todo escafolado (esfolado) e eu e o Zé caímos no verde.

Motor BSA

  Nessa época, eu e o Divino do Antero, Itelvino, Lázaro, Antônio, Zé do tio Vergílio bebemos três litros de Martini seco e uma garrafa de Vodka que pegamos do Sr. João Leiteiro e amoitamos no esterco na beira do cocho, o Patão (Divino do Sr. Antero) perguntou se não tínhamos nada para beber eu disse que tinha e busquei as garrafas e ele bebeu e ficamos muito felizes e dizíamos:
__ Aí Patão você agora ficou bonito...
 E assim embriagados fomos para o baile da festa de Santa Cruz do Adair filho do Sr. Necó lá no baile a coisa ficou feia, a turma do fundão invocou e quase que vira tiro pra todo lado... Eu fazia muito barulho na hora do leilão, fazia o povo gastar, usava o rosário feito de jiló que era uma honra, e o povo não gostou...
  No bailes sempre tínhamos o que aprontar, dava tiro nas lamparinas e candeias, derrubava as tordas, misturava doces com comida de sal, soltava os porcos para fora, abria as porteiras para os bezerros mamarem antes da hora, soltava os cavalos das pessoas que tinham ido festejar, cortava o rabo dos cavalos, piava os pés, trocava os arreios dos cavalos, punha os arreios em cima das porteiras, dançávamos, bebíamos e dormíamos nos paióis, as vezes acordávamos todo chupados cobertos de piolho de galinha...
  Lá no Sr. Alvino Silva também na festa de Santa Cruz, o Itelvino Silva meu patrão tomar umas lá no cocho.  Eu estava com revolver dele um Shimit 38 e quando ele foi pegar o litro de São João da Barra me focou com a lanterna, eu dei um tiro dentro da lanterna dele que ficou só com um pedaço de lanterna na mão, ele gritou:
__ Pedão? Que é isso?
__ Eu não aceito ninguém me focar com a lanterna que eu mato...
  Cheio da razão nada de juízo...
  No Palmito no casamento do Delfininho pegamos o Bêrêrê do Senhor Dão e pusemos areia no radiador até encher e fomos embora... Imagine a raiva dele... e com todas razão já que o Bêrêrê não funcionou  e ele teve que ir embora a pé e depois no outro dia levar um mecânico para desmontar ate o motor e tirar toda areia.
  Itelvino e eu, descobrimos que em Goiandira havia um pagode, reunimos uma turma de rapazes e moças e fomos de caminhão para Goiandira.  Logo que Braz e eu começamos a cantar e o pagode pegou fogo, mas daí a pouco  houve uma briga e o dono da casa mandou-nos embora.  Logo na frente na estrada tinha uma porteira nova do Sr. Martim Moreira, arrancamos a porteira, pusemos dentro do caminhão e jogamos dentro do esbarrancado( voçoroca) na fazenda do Sr. Joaquim Quirino.  O Sr. Martim Moreira descobriu e deu parte.  Itelvino que era dono do caminhão foi em audiência ele tinha que pagar a porteira ou levar a porteira para traz, mas como o Sr. Martim devia um cavalo para Itelvino negociaram o cavalo com a porteira.
  Íamos para a Anhanguera de P2 no noturno comprava passagem de segunda e vinha de primeira, íamos para o ultimo carro do trem e freiávamos ele até sair fogo nos trilhos, entupíamos o vaso, o lavatório com papel, abríamos as torneiras, quando o guarda via os carros já estava cheios de água...

Trem P2



A briga encenada
  Eu, Badeco, Pedro garrucha (filho do Antônio Barba), Florindo, Antônio André e outros combinamos de passar medo na Beatriz e seu marido.  Eles moravam perto do asilo, e lá perto das duas horas da madrugada armamos uma discussão, como se fosse uma briga de muitos homens e fomos aumentando a voz, eles acenderam a lamparina, e nós batíamos a botina no chão e dizia:
__ Mata, ele! bota a faca nele!
__ Nossa Senhora! - gritavam eles dentro de casa!
__ Mata esse miserável, vem João quero te botar a faca...
 Dona Beatriz começou a chorar dentro de casa e dizia:
__ O que é isso? O que é que ta acontecendo aí?
__ Cala a boca senão vai engolir estanho também!
  Mandamos a botina na parede da casa deles e dei dois tiros para cima, batemos as botinas no chão e dissemos:
__Aí morreu, vamos embora!
   E corremos... Não sei se eles saíram para ver ou que aconteceu...

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